Em um passeio de barco com historiadores de Amsterdã descobri que ela foi fundada no século 11 por pescadores. Era uma vila mercante que foi ocupando aos poucos aquela região pantanosa, de maneira informal. A história ia sendo contada à medida que visitávamos áreas mais antigas e mais recentes da cidade, todas acessíveis pela água. Conduzir um barco em Amsterdã se parece com dirigir um carro em uma cidade grande: inúmeras opções de caminhos e horários de rush a serem evitados. A importância da água para a cidade é evidente. E essa fluidez que experimentei nos canais se confirmou no asfalto. Qualquer que seja o modo escolhido é certo que você vai se locomover sem correr demais e em harmonia com os outros. Pode ser de bonde – o tram -, bicicleta, carro ou a pé.
O modal que escolhi, fora da água, foi a bicicleta – logo na segunda semana de estada por lá aluguei uma magrela bem barata que foi minha companheira durante 21 dias. Na parada anterior, Copenhague, a sensação era a de que os pedestres tinham prioridade no fluxo do trânsito; em Amsterdã as bicicletas reinam até mesmo sobre os pedestres. As ciclovias não são linhas retas acompanhando as avenidas, mas curvas que parecem dançar em meio à calçada, atravessam a rua, passam pela linha do tram e cortam caminho por uma via de pedestres. Há muitas vias exclusivas para ciclistas. Até existe sinalização para ciclistas (na forma de semáforos, em grandes avenidas), mas o que conta mesmo é o que os próprios ciclistas sinalizam. Todos mostram com o corpo quando vão virar à direita, à esquerda ou parar. E, se estiver a pé, melhor prestar atenção, porque dificilmente o ciclista vai parar para te dar passagem.
Reportagem retirada de : http://www.oeco.com.br/reportagens-especiais/25343-amsterda-planejar-e-a-regra-fluidez-e-a-sensacao
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